A declaração do governador Jaques Wagner (PT) feita nessa segunda-feira (22) ao programa Balanço Geral, da Record Bahia, sobre denúncias que pairam sobre o PT baiano ganhou repercussão entre a ala oposicionista na Bahia. O petista alegou que a reportagem veiculada na revista Veja desse fim de semana com denúncia feita pela presidente do Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, e que apontou baianos como o candidato ao governo da Bahia Rui Costa, senador Walter Pinheiro, deputados federais Afonso Florence e Nelson Pelegrino (todos do PT), e Vicente Neto (ex-PCdoB), é uma “matéria comprada”.
O deputado estadual pelo DEM, Carlos Gaban, disse achar a declaração “uma brincadeira” e isso “sinaliza um desespero” da legenda governista. “Estamos falando da Editora Abril, que tem décadas de existência e um serviço de credibilidade. Não acredito que ela se rebaixaria a esse nível [de vender matéria]”, defendeu.
Segundo o deputado federal Lúcio Vieira Lima, vice-presidente do PMDB na Bahia, “o governador está medindo os outros pela régua dele”. “Ele está esquecendo de que quem tem hábito de comprar matéria são os aliados do PT. O que ele deve fazer é como fez Walter Pinheiro, reconhecer as descarações denunciadas e procurar os culpados para punir”, bradou o peemedebista. “O que o governador deve estar preocupado é que o escândalo alcance ele, e não apenas o seu candidato a governador”, disse Lúcio. O vice-líder do PMDB na Câmara Federal argumentou ainda que “o que está em jogo não é a origem da denúncia, mas sim o conteúdo das mesmas. É dinheiro público que está envolvido”. “Tá na hora de o PT parar de dizer a cada escândalo que nada sabia e nada viu. O povo baiano não aguenta mais isso”, desabafou Vieira Lima.
Wagner ainda chamou a publicação de “requentada”, o que foi ironizado por José Carlos Aleluia, presidente do Democratas na Bahia. “Requentada é uma comida que foi feita, esfriou e está esquentando”, disse o democrata, ao acrescentar que a denúncia já existia, mas não eram conhecidos os nomes dos envolvidos. A mesma opinião é compartilhada por Gaban (DEM), que contou à reportagem do Bocão News já ter entrado com representação junto ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado da Bahia desde que as denúncias surgiram em 2009. “A partir de 2009, frente a uma série de denúncias, com farta documentação, inclusive fotográfica, fizemos essas representações e devido ao caráter do assunto, o MP avocou para si e entrou com processo judicial”, lembra Gaban.
O governador lembrou ainda durante sua entrevista que a relação do Instituto Brasil com o governo estadual começou na administração de Paulo Souto, mas Gaban saiu na defesa do seu correligionário. “O importante não é quem contratou, é que facilitou esse instituto a fazer desvios”, disse o deputado do DEM, ao afirmar ainda que essa denúncia precisar “rigorosamente ser apurada”. Para Aleluia, o governador está usando a tática de “manchar as pessoas para limpar a sua” ao tentar ligar o instituto ao então governo de Souto. “Acusa todo mundo, porque fica igual aos outros”, aferiu.
Ao finalizar, Gaban avaliou a candidatura de Rui Costa no cenário da disputal eleitoral após as denúncias: “Rui não tem a menor condição moral para pleitear uma vaga de governador depois disso”. Fonte: Bocão News.
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