Nesta sexta-feira (30), o voto da ministra Cármen Lúcia, no TSE, formou maioria a favor da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Corte Eleitoral o considerou culpado por abuso de autoridade política e uso indevido de recursos de comunicação estatal. A decisão deriva de uma reunião com embaixadores realizada em 18 de julho do ano passado no Palácio da Alvorada, durante a qual Bolsonaro questionou o sistema eleitoral.
A sanção decidida pela Corte Eleitoral implica na inelegibilidade de Bolsonaro por um período de oito anos, até o pleito eleitoral de 2030. A sentença, no entanto, absolveu o vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Braga Netto, de inelegibilidade.
O julgamento, que teve início no dia 22 de julho, entrou em sua quarta sessão consecutiva, resultando em quatro votos dos sete possíveis a favor da condenação. Na terça-feira (27), o relator, ministro Benedito Gonçalves, já havia votado pela inelegibilidade de Bolsonaro. Na sessão seguinte, Raul Araújo se opôs à decisão, mas Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares concordaram com o relator. O voto que selou a decisão veio de Cármen Lúcia, atual ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) atuando no TSE.
As últimas semanas foram marcadas por discussões entre Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) e seus apoiadores sobre um possível futuro sem Bolsonaro na política. O ex-presidente chegou a expressar esperança de que os ministros Raul Araújo e Nunes Marques pudessem intervir em seu favor, e apelou à Corte Eleitoral para “não condenar um homem inocente à inelegibilidade”.