Problemas de infraestrutura, sujeira, insegurança, ônibus lotados, desconfortáveis e com horários irregulares são alguns dos transtornos enfrentados, diariamente, pelos usuários dos terminais rodoviários da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Na última semana, A TARDE passou por quatro terminais em cidades da Grande Salvador, onde constatou as adversidades enfrentadas pelos passageiros e ouviu as queixas dos usuários.
São problemas corriqueiros e que afetam a segurança e o bem-estar das pessoas. Do acúmulo de lixo e entulho no banheiro do terminal de São Sebastião do Passé às rachaduras nas paredes da rodoviária de Candeias, até assaltos ocorrem na estação de Simões Filho e no “ponto de ônibus” de São Francisco do Conde.
Nessas rodoviárias, além de terminais da capital, a equipe de reportagem fez um levantamento com cerca de 70 ônibus que fazem o transporte público metropolitano para observar o tempo de uso desses veículos. Cerca de 25% deles têm entre 10 e 12 anos de circulação.
Apesar de a legislação estadual determinar que o máximo de tempo de cada ônibus seja de 13 anos, passageiros reclamam das condições precárias dos veículos que, diariamente, fazem o transporte de pessoas. Existem relatos de que alguns apresentam defeitos constantemente durante o trajeto.
“Ponto de ônibus”
O terminal de São Francisco do Conde é um dos mais criticados. Além da sujeira que toma conta do espaço, passageiros reclamam da estrutura física precária. “Isso não é uma rodoviária, é um ponto de ônibus, e daqueles bem desconfortáveis”, diz a psicóloga Kátia Ferreira, 26, que pega ônibus no local todos os dias.
Segundo ela, a arquitetura “futurística” da estação não beneficia em nada a população: “Se chover, todo mundo se molha. Quando está fazendo sol, não protege”.
O local também não possui estacionamento para todos os veículos. Com isso, alguns fiquem parados na rua. A falta de opções é outra queixa dos usuários. “Temos poucas linhas, chegamos a esperar aqui durante horas. São Francisco do Conde é uma cidade rica do povo miserável”, diz o pintor industrial Milton dos Santos, 20.
A solução para o problema está prevista para o ano que vem. Pelo menos é o que afirma o secretário de Serviços Públicos, Marcos Jorge do Amaral. Segundo ele, a prefeitura pretende construir uma nova rodoviária na entrada da cidade. “Aquele terminal foi construído há 30 anos, quando nem havia transporte alternativo”, diz.
Amaral conta que, com a inauguração da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em maio passado, a demanda por transporte deve crescer, o que justica o novo terminal. Quanto à sujeira, ele credita aos “desocupados” que depredam a estação: “São pessoas que ficam se embriagando o dia todo”.
Infraestrutura
Em Candeias, a má conservação é a principal reclamação. No local, a equipe de A TARDE encontrou paredes rachadas e materiais metálicos enferrujados. “O terminal precisa de uma reforma urgentemente”, diz o servidor público Marcelo Guimarães, 40.
Em Simões Filho, os problemas de infraestrutura também são alvo de queixas. O mau cheiro dos banheiros e o local “improvisado” onde são comercializas as passagens são reclamações constantes.
“Não tem um guichê para vender passagens. É uma rodoviária desorganizada, suja e sem segurança”, diz o eletricista Ulisses Santos, 30.
As prefeituras informaram que investem em serviços de manutenção dos terminais.
Fonte: A Atarde.
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