O atual líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Rosemberg Pinto, além do ex-presidente da Petrobras e atual secretário estadual de Planejamento, Sérgio Gabrielli (PT), foram citados pela geóloga da estatal, Venina Velosa da Fonseca, que irá depor ao Ministério Público, em Curitiba, onde tramita o processo da Lava-Jato, que investiga desvios na petrolífera brasileira.
Reportagem do jornal Valor Econômico informa que Venina, que está na Petrobras desde 1990 e onde ocupou diversos cargos até ser transferida para a Ásia, começou a apresentar denúncias de que os cofres da companhia estavam sendo assaltados quando era subordinada a Paulo Roberto Costa como gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, entre novembro de 2005 e outubro de 2009.
As suspeitas da geóloga tiveram início em 2008, quando ela verificou que os contratos de pequenos serviços – chamados de ZPQES no jargão da estatal – atingiram R$ 133 milhões entre janeiro e 17 de novembro daquele ano. O valor ultrapassou em muito os R$ 39 milhões previstos para 2008 e a gerente procurou Costa para reclamar dos contratos que eram lançados em diferentes centros de custos, o que dificultava o rastreamento. Segundo ela, o então diretor de Abastecimento apontou o dedo para o retrato do presidente Lula e perguntou se ela queria “derrubar todo mundo”. Em seguida, Costa disse que a gerente deveria procurar o diretor de comunicação, Geovanne de Morais, que cuidava desses contratos e é ligado ao grupo político petista oriundo do movimento sindical de químicos e petroleiros do estado, do qual fazem parte o governador Jaques Wagner e Rosemberg Pinto, então assessor especial do presidente de Gabrielli.
Ainda conforme o Valor, Venina encaminhou a denúncia ao então presidente José Sérgio Gabrielli, que instalou comissão sob a presidência de Rosemberg Pinto para apurar o caso. O relatório da comissão apurou que foram pagos R$ 58 milhões em contratos de comunicação para serviços não realizados. Além disso, foram identificadas notas fiscais com o mesmo número para diversos serviços, totalizando R$ 44 milhões.
Em 7 de outubro de 2011, Venina escreveu para a atual presidente Graça Foster, na época, diretora de Gás e Energia: “Do imenso orgulho que eu tinha pela minha empresa passei a sentir vergonha”. “Diretores passam a se intitular e a agir como deuses e a tratar pessoas como animais. O que aconteceu dentro da Abast (Diretoria de Abastecimento) na área de comunicação e obras foi um verdadeiro absurdo. Técnicos brigavam por formas novas de contratação, processos novos de monitoramento das obras, melhorias nos contratos e o que acontecia era o esquartejamento do projeto e licitações sem aparente eficiência”.
A Petrobras divulgou nota nesta sexta-feira (12) em que afirma que todas as informações enviadas pela funcionária foram apuradas. A empresa não confirma se Foster e Cosenza receberam os e-mails publicados pelo jornal.
Informações do Valor Ecônomico.
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