O que era para ser uma virada de ano com muita animação, luxo e conforto, ao som de nomes conhecidos da música baiana, se transformou em uma experiência desastrosa e traumática para quem optou por receber 2025 no Réveillon Pé na Areia. O evento realizado em Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, contou com apresentações de Thiago Aquino, Escandurras, Batifun e Pagode do Segredo, mas acabou sendo um verdadeiro show de horrores para as milhares de pessoas na festa.
Entre os problemas relatados por quem compareceu no evento, estão desorganização no acesso, falta de banheiros, falta de segurança adequada e escassez de bebidas, mesmo no espaço vendido como ‘open bar’, o que foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais. Uma das clientes insatisfeitas foi a influenciadora e empresária Daniely Cortez, que fez um desabafo através do seu perfil oficial do Instagram.
No vídeo, Daniely descreve a festa como pior réveillon da história da Bahia. “Open bar que você tinha que comprar bebida. Total descaso. O pior réveillon que já fui na minha vida. Pouquíssimos banheiros. Só estresse desde a entrada, não tinha estacionamento. Não tinha área vip, quem estava na pista, tinha acesso às outras áreas. Não existiu nem revista”, afirmou.
Em contato com a reportagem do BNews, a influenciadora contou que pagou quase R$ 1 mil no ingresso para área vip, mas ainda assim precisou comprar a bebida pois estava praticamente impossível conseguir alguma nos bares da festa. “Fiquei 30 minutos para pegar uma bebida, mas estava muito aglomerado, e eu sou asmática, e não tive como permanecer na fila. Muita gente gritando. Decidimos comprar um combo de vodka que custou absurdos R$ 660, e mesmo assim demorou 40 minutos para o garçom trazer e ele foi buscar no bar do open bar que eu já tinha direito”.
Ela ainda relatou que os ingressos não foram conferidos devido ao tumulto que se formou na entrada do evento. “Passei uma hora para acessar o espaço e isso aconteceu no momento em que uma multidão, que aguardava há mais tempo, começou a vaiar. Aí os seguranças começaram a dispensar a revista e os ingressos na maioria foram verificados no olho, sem nenhum equipamento de controle, como foi meu caso”.
Ainda em entrevista ao BNews, a empresária destacou outro problema enfrentado por quem esteve na festa, pela falta de estrutura, que não deu nenhuma privacidade aos banheiros femininos. “O descaso maior foi no banheiro. Não tinha banheiros para tanta gente, aconteceram várias confusões, com homens invadindo o banheiro feminino pelo fundo, já que a divisão era feita apenas por uma malha de decoração. Um verdadeiro ‘The Waking Dead'”, descreveu.
Mas, as críticas não se resumem apenas aos relatos de Daniely. Em um perfil do Instagram @processocoletivo2025, criado para reunir clientes com objetivo de mover uma ação coletiva contra a organização do evento, que seria da empresa Blitz, outras pessoas também falaram da experiência traumática. Como o perfil oficial foi bloqueado para comentários, o espaço tem sido palco para diversos depoimentos de quem marcou presença na festa.
“Festa péssima, open nunca existiu, desorganização do início ao fim, começando pela entrada. Nunca vi tanta desorganização. Água acabou 2h da manhã, nem na pista tinha para comprar. Foi feio demais”, postou uma internauta. “Tinha tudo para ser uma festa linda, mas infelizmente não foi. O open bar lamentável demais, cerveja quente, poucos bares, aglomeração para pegar uma bebida e para completar, o pacote acabou todas bebidas no meio da festa. Decepcionante”, bradou outra que teve o relato comprovado por um vídeo, compartilhado no perfil, que mostra o tumulto no bar do evento.
Diante de tanta insatisfação, um grupo também foi organizado no WhatsApp para recolher provas e documentações necessárias para acionar os organizadores judicialmente. O responsável pelo caso é o especialista em direito do consumidor Eder Lago, juntamente com outros três advogados, Guilherme Assunção, Flávio Miranda e Wellington Silva, que iniciou a colher os depoimentos.
Procurado pela reportagem do BNews, Lago afirmou que ainda está sendo analisada a melhor forma de entrar com a ação. “Nossa equipe está analisando os fatos, colhendo as provas e montando a melhor estratégia processual para darmos uma efetiva tutela aos consumidores lesados”, disse ao revelar que já tem em torno de 100 pessoas envolvidas. “Estamos verificando se entraremos com ação coletiva ou individual, com as peculiaridades de cada caso”.
Escandurras bradou na festa
E os problemas foram além dos relatados pelo público. Prova disso é que em um vídeo, publicado no perfil @penaareiareclama, também criado para detalhar os transtornos da festa, mostra o cantor Escandurras criticando a organização. Em cima do palco, o artista brada por ter presenciado integrantes da produção tratar mal alguns dos seus músicos durante o evento.
Ainda neste perfil, internautas denunciaram também que as bebidas não distribuídas no open bar e nem vendidas na festa teriam sido retiradas do local e transportadas em caminhões para casa de show Blitz, localizada em Lauro de Freitas. “Sobre o ano novo pé na areia. Eles dizendo que as cervejas e águas acabaram, estão levando tudo para casa de show Blitz. Três caminhões de bebidas”.
O que diz a organização?
O BNews tentou contato com a produção da festa, através das redes sociais, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Nenhum contato de telefone ou e-mail foi disponibilizado para falar sobre as denúncias e nenhum posicionamento foi dado pelo perfil oficial do evento. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
A reportagem também tentou contato com a casa de show Blitz, para falar sobre a denúncia em relação as bebidas, mas também não obteve retorno.
Informações BNews