A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, desembarca, hoje, em Caracas para a posse pela segunda vez de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.
Manda a Constituição venezuelana que Maduro preste juramento perante a Assembleia Nacional, o Congresso de lá, mas ele o fará diante do Tribunal Supremo de Justiça. Por quê?
Porque Maduro controla o tribunal e não reconhece a Assembleia eleita 2015 cuja maioria se opõe ao governo. O tribunal despojou a Assembleia de suas funções depois de meses de protestos que deixaram 150 mortos.
Existe uma outra assembleia, eleita sem a participação dos partidos de oposição. Assim como existe no exílio um outro Tribunal Supremo de Justiça ignorado pelo governo de Maduro.
A posse de Maduro, em breve, implicará num rompimento de relações com os Estados Unidos, a Comunidade Econômica Europeia e a maioria dos países da América Latina dispostos a não reconhecer o seu governo.
No momento, só apoiam Maduro as ditadura chinesa, cubana e nicaraguense, os governos autocráticos da Turquia e da Rússia, e o governos da Bolívia e do México, esse último com um pé atrás.
A Venezuela está quebrada. Em dois anos, segundo o Fundo Monetário Internacional, a inflação, ali, bateu na casa de 1.800.000%. Cerca de três milhões de venezuelanos já deixaram o país onde tudo falta.
Nada disso parece abalar a convicção do PT de que o governo Maduro é democrático, e que a situação calamitosa da Venezuela se deve a um complô internacional contra o país liderado pelos Estados Unidos.
O fetiche do PT por ditaduras permanece vivo, uma prova a mais de que tão cedo o partido será capaz de rever as posições que o levaram ao desastre eleitoral do ano passado.
Por Ricardo Noblat
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