Nesta segunda-feira (29), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiu a sede da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em um protesto marcando o “Abril Vermelho”, mês de intensificação das ações do grupo por reforma agrária. O protesto desta vez foi contra a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, para o cargo de superintendente.
O MST denunciou na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, que a indicação é uma “continuidade do bolsonarismo”, uma referência à gestão anterior de César Lira, que foi indicado ainda durante o governo de Michel Temer. “A ação repudia a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento para superintendência do órgão, substituindo o superintendente exonerado nas últimas semanas, César Lira, ambos indicados pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP)”, expressou o movimento em publicação.
Desde o início de abril, o MST intensificou suas atividades com invasões em pelo menos 32 lotes de terra em 15 estados, incluindo Bahia, Ceará e São Paulo, como parte de sua campanha anual para pressionar por mudanças na política de reforma agrária.
A situação se agravou após a exoneração de Wilson César de Lira Santos, primo de Arthur Lira, da superintendência do Incra em Alagoas, gerando um impasse que foi resolvido com a nomeação de Junior Rodrigues. “Está superado porque o próprio presidente Lira já enviou uma proposta de nome para substituí-lo. Foi dialogado”, declarou Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário.
A exoneração ocorreu em meio a um conflito entre Arthur Lira e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, intensificando o embate político em um período já marcado pelas ações do MST.