O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques votou hoje contra a suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro no processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) envolvendo um tríplex no Guarujá. Com Nunes, o voto contra a parcialidade do ex-magistrado ganha maioria na Segunda Turma da Corte, mas o julgamento ainda pode mudar.
Apesar de o voto do ministro levar ao placar parcial de 3 a 2 contra a suspeição, a ministra Cármen Lúcia, ainda pode mudar seu voto sobre o processo da Operação Lava Jato. Em 2018, no início do julgamento, a ministra votou a favor do ex-juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, mas antes da revelação dos diálogos da Vaza Jato.
O julgamento acontece em meio ao contexto da decisão recente de Fachin, que anulou as condenações de Lula feitas no âmbito da Lava Jato. Agora, a Segunda Turma pode decidir pela anulação de todas as decisões de Moro em relação aos processos do ex-presidente, que incluem, além do tríplex no Guarujá, os do sítio de Atibaia e o de doações feitas ao Instituto Lula.
Além de Cármen Lúcia, o relator do processo sobre a suspeição, Edson Fachin, também havia votado a favor de Moro em 2018. À época, porém, os vazamentos de mensagens entre Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não tinham acontecido, o que embasa agora o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Lula, alegando parcialidade do ex-juiz para julgar o ex-presidente.
Na retomada do julgamento, no início de março, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram contra Moro, fazendo com o que o placar ficasse empatado em 2 a 2.
A retomada do julgamento, no último dia 9, foi paralisada com o pedido de vista feito por Nunes Marques. O ministro, que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não estava presente no início do julgamento, em 2018, e por isso pediu o tempo para analisar melhor o processo.
No final de 2018, quando houve a primeira sessão da Segunda Turma sobre a suspeição de Moro, o lugar de Nunes Marques ainda era ocupado pelo agora ex-ministro Celso de Mello. Então decano da Corte, Mello não chegou a votar na matéria.
UOL
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