O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, é aguardado pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 19, para falar sobre os ataques de 8 de janeiro, em Brasília. A sessão ocorrerá às 14 horas na Comissão de Segurança Pública da Casa Legislativa, que é dominada por deputados bolsonaristas, como general Pazuello (PL-RJ), delegado Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O deputado Coronel Meira (PL-PE), autor do requerimento, quer explicações do ministro sobre a alegação de que o governo federal teria recebido vários alertas quanto ao risco iminente de ataques aos prédios públicos localizados na Praça dos Três Poderes.
Um relatório sigiloso enviado pelo GSI ao Congresso Nacional mostrou que o governo federal havia sido informado sobre eventuais ataques extremistas em Brasília, no dia 8 de janeiro. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) relatou que identificou a convocação de diversas caravanas com direção à capital federal. No texto, a agência teria informado as intenções desses manifestantes, como a invasão ao Congresso. O alerta, que foi feito dois dias antes dos ataques, acrescentava que “outros edifícios na Esplanada dos Ministérios poderiam ser alvo de ações violentas”.
O documento foi enviado para órgãos do governo e, depois, em 20 de janeiro, à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI). Ele foi assinado pelo chefe do GSI, Gonçalves Dias. O alerta, por sua vez, foi feito pela Abin, subordinada ao GSI até então. Posteriormente, o órgão de inteligência foi remanejado para a Casa Civil da Presidência da República em meio a desconfianças do governo Lula.