A candidata à presidência da República pelo PSB, Marina Silva, fez um desabafo, seguido de choro, ao comentar os ataques do antigo companheiro de partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo reportage, do jornal Folha de S. Paulo, após 13 horas de intensa campanha no Rio de Janeiro na última quinta-feira (13), a repórter do diário paulista, Marina Dias, acompanhou a postulante no carro que a levava para o hotel e testemunhou o estrago que Lula causou à ex-companheira petista.
“Eu não posso controlar o que Lula pode fazer contra mim. Mas posso controlar que não quero fazer nada contra ele”, afirmou.
Marina disse ter dificuldade para acreditar no comportamento de Lula. E buscou consolo nos ensinamentos pretéritos do neo-detrator.
“Quero fazer coisas em favor do que lá atrás aprendi, inclusive com ele, que a gente não deveria se render à mentira, ao preconceito, e que a esperança iria vencer o medo. Continuo acreditando nessas mesmas coisas”, avaliou.
Ela soou como se lamentasse o fato de Lula tratá-la agora do mesmo modo como foi tratado por Fernando Collor na sucessão de 1989.
“Sofri muito com as mentiras que o Collor dizia naquela época contra o Lula. O povo falava: ‘se o Lula ganhar, vai pegar minhas galinhas e repartir. Se o Lula ganhar, vai trazer os sem-teto para morar em um dos dois quartos da minha casa’. Aquilo me dava um sofrimento tão profundo! E a gente fazia de tudo para explicar que não era assim. Me vejo fazendo a mesma coisa agora”, lembrou.
Já próximo ao hotel, no bairro de Copacabana, Marina permaneceu em silêncio por alguns segundos. Recomposta, desceu do carro. E, virando-se para a repórter, contemporizou: “Mas não tenho raiva de ninguém não, nem da Dilma. Vou continuar lutando”. Fonte: Bocão.
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