Manifestantes protestam em várias capitais brasileiras no início da noite desta terça-feira, 3, para pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite o habeas corpus pedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar sua prisão pela Operação Lava Jato. O julgamento será nesta quarta-feira, a partir das 14h, em Brasília. No início da noite, cerca de 1.500 pessoas protestavam na cidade para pedir a prisão do petista.
Uma das maiores manifestações ocorre na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. Manifestantes de verde-e-amarelo interromperam o fluxo de veículos em seis quarteirões da via – entre as alamedas Lorena e Ministro Rocha Azevedo. O protesto é organizado por grupos que se definem como sendo de direita no espectro político e que ganharam relevância a partir de 2015 ao impulsionar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua.
Havia duas grandes concentrações de manifestantes – uma em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), liderada pelo Vem Pra Rua, e outra no Museu de Arte de São Paulo (Masp), coordenada pelo MBL. Nos microfones e nos cartazes, pedidos para que o ex-presidente seja preso, além de mensagens pressionando o STF, com argumentos como o de que a Corte “não pode dar as costas ao povo”.
Pelo país
No Rio de Janeiro, a manifestação para pedir que o ex-presidente seja preso reúne atores como Victor Fasano, Luana Piovani e Carlos Vereza. O pré-candidato do Partido Novo, João Amoêdo, também esteve no local. Os manifestantes estão reunidos na Avenida Atlântica no quarteirão entre a Xavier da Silveira e a Miguel Lemos. O trânsito na avenida foi interrompido neste trecho, na altura do posto 5.
Em Curitiba, onde Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro, centenas de manifestantes se reuniram na Boca Maldita, tradicional palco de protestos no centro da cidade, para pedir a manutenção pelo STF da prisão após decisão em segundo grau. A manifestação teve um momento de tensão quando dois carros de som ficaram próximos um ao outro. Um dos líderes de um grupo maior, que reuniu o movimento Curitiba Contra a Corrupção e Acampamento Lava Jato, disse que o caminhão do grupo Impeachment Curitiba estava atrapalhando o protesto. Depois de uma breve discussão, o segundo carro de som se afastou. Um terceiro grupo promoveu um protesto em frente à Justiça Federal.
Em Belo Horizonte, grupos pró e contra Lula ficaram a cerca de 800 metros um do outro. Na Praça da Liberdade, os organizadores do ato contra o petista avaliaram em cinco mil o número de manifestantes – a Polícia Militar não fez estimativa. Já a concentração a favor do ex-presidente ocorreu na Praça Afonso Arinos – não há estimativa de público.
Milhares de pessoas ocuparam em Porto Alegre a Avenida Goethe, em frente ao Parcão, como é conhecido o Parque Moinhos de Vento, onde o MBL e o Vem pra Rua costumam realizar suas manifestações. Por volta das 18h, horário do evento, centenas de pessoas se dirigiam a pé ao local vestidas de verde e amarelo. Na passarela para pedestres que cruza a avenida, uma faixa com os dizeres “A lei é igual para todos” ficava visível também para os motoristas.
Em Fortaleza, o Vem pra Rua reuniu 1.500 pessoas, segundo a organização na Praça Portugal – a PM não fez estimativa. Em Recife, milhares de manifestantes se reúnem na Praia de Boa Viagem e bloqueiam totalmente a avenida do mesmo nome.
(Com Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Reuters)
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