Pré-candidato a deputado estadual e lateral “inclinado à esquerda” do PSD baiano, Edicley Barreto, mais conhecido como Cafu, liderado pelos centroavantes Otto Alencar e Ângelo Coronel, foi alvo nesta manhã de quinta-feira (05) da Operação Rochedo, deflagrada pela Polícia Federal e a Controladoria Geral da União.
O habilidoso lateral, mesmo acima do peso, quando então prefeito da cidade de Ibititá (2013/2020), fazia manobras obscuras na gestão, e a conta chegou: acusado junto com o time formado por empresários, agentes públicos, advogados, contadores e laranjas, de desviar mais de R$ 7 milhões dos cofres públicos.
Nos últimos meses, acreditando na impunidade, Cafu vem jogando um bolão, deixando vários caciques políticos para trás, conseguindo vários apoios de peso para sua empreitada de forma surpreendente. Ninguém sabe se foi pela habilidade de jogador ou pela facilidade nas negociatas ($$$). O importante foi que a PF entrou em campo e ‘melou’ o baba do pré-candidato a deputado.
Por fim, o jogador pessedista é assumido do time de Lula, Rui, Wagner, Otto, Coronel e agora Jerônimo. Entendeu, né?
ENTENDA O CASO
De acordo com a PF, “o governo federal repassou vultosos recursos para o município de Ibititá oriundos do Pnate (Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar), do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), contratos de repasse, pagamento de parcela dos “precatórios do Fundef” (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), bem como recursos destinados ao combate da pandemia de Covid-19”.
Nas investigações foi revelado que a Orcrim se apropriou de grande parte desses recursos por meio de licitações com suspeitas de fraudes, superfaturamento de contratos e lavagem de dinheiro. No período de 2013 a 2016, a PF diz que uma única empresa de construção civil firmou 15 contratos superfaturados com o Município de Ibititá, no valor de R$ 11 milhões. Essa mesma empresa, no mesmo período, repassou parte significativa desses valores para empresas constituídas em nome de “laranjas” do ex-gestor.
Na gestão de 2017 a 2020, o mesmo Município fez uso de verbas oriundas dos “precatórios do Fundef”, do Fundeb e do Pnate para contratar irregularmente 3 empresas de um mesmo grupo familiar e ligadas ao antigo gestor municipal.
Apurou-se que a Orcrim lavou os recursos desviados: “(i) injetando capital em empresas de fachada controladas pelo ex-gestor, (ii) pagando as despesas pessoais dele e (iii) comprando veículos e imóveis para “laranjas” a ele vinculados. Junto com a Controladoria Geral da União (CGU), a Polícia Federal cumpre 31 mandados de busca e apreensão, 5 de prisão temporária e 2 de afastamento de cargo público”.
A ação cumpre 31 mandados de busca e apreensão, 5 de prisão temporária e 2 de afastamento de cargo público.
Cafu tem uma forte ligação com os senadores Otto Alencar e Ângelo Coronel – ambos caciques do PSD na Bahia.