O advogado e jornalista investigativo, Marconi De Souza Reis, aproveitou das redes sociais e acusou o jornalista Samuel Celestino, sócio-proprietário do site Bahia Noticias, de plagiar uma denúncia sua. No ultimo dia 31, Marconi fez uma denúncia gravíssima contra a OAB-BA: fraude na eleição. No entanto, Celestino reproduziu o conteúdo do colega, mas se esqueceu de creditar a fonte – plagiando descaradamente. Confira o desabafo:
O site de Samuel Celestino, o Bahia Notícias, republicou na quinta-feira a minha reportagem em que denunciei a fraude na eleição da OAB-BA, e já atingiu 3,2 mil compartilhamentos. Eu postei a reportagem às 9h45 no site Revista Bahia, e, exatas duas horas depois, o mesmo texto, com a mesma foto, saiu no site de Samuel. O plágio foi uma coisa boa, como revelarei no primeiro comentário abaixo.
Quando fui repórter do jornal A Tarde, entre 1995 e 2005, Samuel Celestino cansou de fazer isso na sua coluna. Ele pegava as minhas reportagens para analisar o fato como se fossem suas as denúncias. Há uma coluna sua em que, pasme, ele teve o despudor de afirmar que teria sido o responsável pela denúncia dos dez jornalistas assassinados na Bahia na década de 1990.
E olha que ele escreveu isso depois que eu ganhei prêmios em São Paulo e Washington (EUA) com a série de 50 reportagens intitulada “Dez jornalistas assassinados na Bahia”. E mais: quando dona Regina Simões faleceu, ele escreveu um texto afirmando que foi por causa da conduta de sua coluna que ACM rompeu com o jornal A Tarde. Eu quase morri de rir…
– Marconi, você come as mulheres, elas engravidam, parem as crianças e Samuel Celestino sai por aí espalhando que é o pai, comentou uma vez o jornalista Valmir Palma, na Redação do jornal A Tarde, para gargalhada geral.
Nesse contexto, lembro-me de uma cena ocorrida na minha infância. Estávamos eu e meus pais no terraço da casa onde morávamos em Queimadas. Eu tinha uns seis anos de idade. Olhando para o céu, perguntei ao meu pai porque umas estrelas brilhavam muito mais do que outras. Ele, com seu indefectível sotaque carioca, disse algo mais ou menos assim:
– Há estrelas que não têm vida, ou seja, elas precisam da luz de outras para brilhar. E há estrelas que têm brilho próprio. Talvez essas sejam as que você enxerga com a luz mais forte.
A minha mãe, ouvindo aquilo, não perdeu a oportunidade para trazer a sua crença religiosa ao diálogo e, ao mesmo tempo, lamber a sua cria. Disse ela:
– As estrelas de brilho próprio são os astros de Deus. E você, meu filho, é uma estrela de Deus.
Ufa! Todo elogio é um beijo, ainda mais vindo de mãe, porque é o desejo de uma realidade. A verdade é que, desde aquele dia, sempre que olho para o firmamento fico imaginando quais pessoas seriam cometas, meteoros, planetas, sóis, enfim, estrelas com luz própria ou não. Ainda bem que a vida me faz cada vez mais humilde e resignado, para chegar à seguinte conclusão:
Plagiar meus textos, como Samuel Celestino sempre fez, é um brilho fosco, mas é também um brilho bacana. Queira-se ou não, ele reluz, ainda que a luminosidade venha de outra estrela. Calar-se aos fatos – como ocorreu com o resto da imprensa nessa denúncia que publiquei quinta-feira passada – é a escuridão, o breu, o inferno. É o buraco negro do Universo!
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