A Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), vinculada à secretaria de Desenvolvimento Econômico, está com data marcada para ser vendida. O leilão acontecerá no dia 26 de janeiro de 2016, às 10h, na Bolsa de Valores de São Paulo.
O preço mínimo da empresa foi fixado em R$ 81 milhões. Os interessados devem encaminhar suas propostas em envelopes lacrados.
Os detalhes da venda da empresa foram publicados na edição desta quinta-feira (19) no Diário Oficial do Estado. A desestatização da Ebal era uma vontade antiga do governador Rui Costa (PT).
Será leiloado um bloco único de 283.509.432 de ações ordinárias nominativas e de 283.510.655 ações preferenciais nominativas, todas de propriedade do governo e correspondentes a 99,99% do capital social da Ebal.
Em 2014, a empresa teve faturamento de R$ 647,1 milhões, com mais de 23 milhões de atendimentos pela Cesta do Povo, trabalhando com custos operacionais substancialmente reduzidos e crédito junto a mais de 1.300 fornecedores cadastrados.
A empresa foi criada em 29 de março de 1980, no dia do aniversário de Salvador, no bairro do Ogunjá. Durante a segunda gestão do governador, Antônio Carlos Magalhães, contou com investimento do Banco do Desenvolvimento do Estado da Bahia (Desenbanco), e sua subsidiária, a empresa de capitalização e risco PROPAR (Promoções e Participações da Bahia S.A.), com o objetivo de gerir as lojas da Cesta do Povo. Além de beneficiar a população com menor poder aquisitivo, o programa atuava como importante instrumento de regulação do mercado.
Além da Cesta do Povo, a nova empresa então controlada pela Secretaria da Agricultura (SEAGRI), incorporou a Ceasa-Bahia e, posteriormente, outros programas e projetos como Nossa Sopa, Cartão Credicesta, Programa do Leite, +Pão e +Vida. A Ebal, atualmente vinculada a Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), é um conjunto de negócios voltados para o setor alimentar, com perfil governamental e ao mesmo tempo varejista.
Em 2007, durante o governo de Jaques Wagner foram divulgadas denúncias sobre a real situação da empresa: sucateada em infraestrutura, situação falimentar, com sérios problemas nos processos interno, lojas desabastecidas e uma dívida acumulada de R$ 300 milhões. A Ebal, segundo o governo da época, estava falida em todos os sentidos, e a relação com funcionários e fornecedores estava abalada.
Na época a empresa tinha 4,2 mil funcionários e 425 lojas da Cesta do Povo fechadas. Hoje a empresa possui no quadro de colaboradores 2.727 e com todas as lojas informatizadas.
Por Pedro Moraes
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