O governo Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um texto à Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) pedindo a retirada de críticas à ditadura da Nicarágua, aliada da esquerda brasileira.
Os países da OEA vão se reunir na próxima semana, em Washington. A intenção é planejar e aprovar uma resolução crítica à situação da Nicarágua, que tem violado os direitos humanos dos dissidentes.
A OEA apresentou aos países membros um texto em que propõe medidas contra a Nicarágua. O governo brasileiro, por sua vez, sugeriu alterações no conteúdo.
Uma das mudanças mais importantes está no penúltimo parágrafo: a organização fala em “pedir a volta da democracia na Nicarágua”, enquanto Lula quer “o fortalecimento da democracia” no país.
Governo Lula cita apenas “supostas” violações de direitos humanos na Nicarágua
O texto original cita a “profunda preocupação” com os relatórios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre a repressão na Nicarágua. Já o governo brasileiro pede a substituição desse trecho por “expressar preocupação”.
Além disso, o Brasil pede a retirada dos trechos que falam em “confisco de bens e negação de pensões para as pessoas pelo governo”. Também acrescenta ao documento a palavra “suposta” antes das denúncias de “violações do direito de propriedade” no país.
O governo Lula ainda pede que seja retirada a frase “o agravamento das condições fez com que centenas de milhares de nicaraguenses deixassem o países desde 2018”.
No texto original, os países da OEA pedem para “cessar” os atos violentos contra os cidadãos nicaraguenses, assim como “restabelecer” os direitos civis e “acabar” com a intimidação de jornalistas e religiosos. O Brasil, por sua vez, sugere que Ortega “pare” de impor políticas “que possam ser consideradas uma violação dos direitos humanos”.
Informações Revista Oeste