O Governo Federal repassou, nos últimos três anos, R$ 102,3 milhões para serem investidos em políticas de segurança pública da Bahia. Desse total, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o estado utilizou apenas 19%, ou seja, R$ 33,4 milhões. Os recursos são do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional.
Para Anderson Torres, a baixa execução orçamentária é grave, considerando a escalada da violência na Bahia. “Foram mais de R$ 90 milhões para investimentos em tecnologia, inteligência e capacitação dos policiais. Áreas essenciais para a repressão da violência”, declarou em entrevista à Bravo. Ele ainda considerou, “isto é muito grave em um estado que teve aumento dos crimes de violência e vai na contramão do Brasil, que reduziu os homicídios em 7%”.
Torres reconheceu a eficiência dos agentes baianos, mas disse que é preciso haver um novo direcionamento da segurança pública na Bahia. “O interesse público tem que prevalecer. Existe o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e a lei do Sistema Único de Segurança Pública, que norteiam e ajudam os estados”, disse.
Para reduzir as taxas de criminalidade, segundo o Ministro, é necessário despolitizar a Secretaria de Segurança Pública. “Estamos de braços abertos para ajudar, mas a decisão tem que partir do governo do estado. Essa virada é necessária e urgente, com uma nova política de policiamento, repressão e investigação. Sabemos das condições precárias de trabalho dos policiais e vemos a luta da Polícia Civil totalmente sucateada. A população baiana não aguenta mais tanta violência”, pontuou.
Direito à posse de arma
Durante a entrevista, o ministro Torres descartou que o aumento da violência na Bahia tenha relação com a flexibilização ao porte e posse de armas. “Defendemos uma política de armamento prevista em lei e o governo Bolsonaro veio para garantir a liberdade do cidadão de bem que cumpre todas as regras exigidas. É a vontade do povo respeitada e direito da população se armar, proteger, transportar e ter sua atividade esportiva”, reforçou.