Em apenas sete meses e 11 dias, os gastos do Gabinete do governador Jerônimo Rodrigues já totalizam R$ 27,5 milhões, segundo maior volume registrado desde 2016 e menor somente que o do ano passado, o último da gestão Rui Costa, quando as despesas bateram recorde de quase R$ 40 milhões. Só em passagens áreas e despesas de locomoção, o Gabinete de Jerônimo já consumiu cerca de R$ 1,5 milhão. Os montantes gastos com diárias e ressarcimento de despesas de servidores requisitados para organizar as viagens nacionais e internacionais do governador foram de R$ 678 mil e R$ 558 mil, respectivamente, segundo dados do portal de transparência da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) de 1ª de janeiro até a última sexta.
Pela ordem
As maiores despesas pagas pelo Gabinete do governador foram com empresas terceirizadas de prestação de serviços (R$ 10,1 milhões), folha de pagamento dos servidores (R$ 7,5 milhões) e despesas deixadas pelo hoje ministro da Casa Civil (R$3,6 milhões).
Carimbo da testa
Convencidos de que o Palácio de Ondina suprimirá o repasse de juros e mora da segunda parcela dos precatórios do Fundef a ser paga para os professores da rede estadual, lideranças da bancada de oposição engatilham uma emenda ao projeto de lei que será encaminhado pelo Executivo à Assembleia Legislativa, na qual estão previstas as correções rejeitadas pelo governo. Em conversas reservadas com a coluna, parlamentares do bloco admitem que a viabilidade de aprovação da proposta é nula, mas querem que Jerônimo Rodrigues passe recibo de que, embora seja professor, agiu para cortar recursos da classe.
Pacto pelo corte
A tranquilidade com a qual o governo baiano sinalizou a exclusão de juros e mora na nova parcela do Fundef é fruto da certeza de que grande parte dos professores engolirá calada a tunga. Isso porque o próprio líder do governo na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto (PT), deixou escapar nas conversas com aliados e adversários que a supressão dos valores a mais já estava pactuada com dirigentes do principal sindicato da categoria. No caso, a APLB, que tenta evitar perda de influência para a Aceb, associação formada por dissidentes da entidade e contrária ao pagamento sem correções.
Longe do topo
O balanço de investimentos realizados a partir de incentivos fiscais concedidos a empresas pela Sudene no primeiro semestre do ano reforçam a queda de competitividade da Bahia entre os 11 estados sob – guarda-chuva do órgão. Dos R$ 5,2 bilhões gerados, Maranhão e Piauí ficaram com R$ 2,6 bilhões e R$ 1,2 bilhão, respectivamente. Na sequência, vem o Espírito Santo, com R$ 363 milhões. A Bahia aparece em quarto, com R$ 351 milhões.
Pente fino
Pela recente movimentação em órgãos de controle externo, os contratos da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur) com produtoras de eventos e empresários de artistas serão alvos de uma devassa em breve. Na mira, está o chefe da Sufotur, Diogo Medrado, que herdou o comando da ex-Bahiatursa.
Por Jairo Costa Jr./Correio