A presidente Dilma Rousseff foi festejada antes de se pronunciar durante cerimônia do programa Minha Casa, Minha Vida, nesta quarta-feira (30), em Camaçari, ao som de “Ôlê, Ôlê, Olá, Dilma, Dilma”. Assim que começou o discurso, a mandatária foi interrompida por uma senhora que gritou “ajuda, ajuda”, mas pediu que seus assessores a ouvissem e continuou. “Hoje nós temos aqui 1,5 mil famílias que têm acesso a uma riqueza. As unidades vão se valorizar. É um direito ter a casa própria. A casa é de vocês”, ofertou. Dilma falou sobre um “rombo” que havia na habitação popular em governos anteriores. “Vamos lembrar como era a conversa? É antiga e bastante fiada”, disparou, ao exemplificar a tese: “Por que alguém tem que ser beneficiário do subsídio gratuito do governo? Eles perguntavam. O certo é solução de mercado [na lógica deles]. Significava milhões de brasileiros sem teto, sem lar. Você tinha que ir ao banco e comprovar renda”. Ainda durante o discurso, a presidente falou sobre política financeira do país. “Ao longo dos anos, sempre que houve qualquer problema no mercado internacional, qualquer problema com qualquer economia desenvolvida, mais cedo ou mais tarde, os efeitos disso atingia os países que não tinham crise ou que não produziram a crise. Até aí é algo que a gente entende. Mas, quando chegava aqui, quem pagava o pato era a classe mais pobre. Conosco não. Não tem vez. Não terá o povo pagando, porque não é necessário. Aqui nós temos a maior taxa de emprego, 4,8 milhões, e chegamos à menor taxa de desemprego. Muitas vezes se pinta a realidade com cores negras para se aproveitar das circunstâncias. Não vamos deixar esse país cair nas tradicionais políticas de arrocho salarial porque não é necessário que o país passe por isso”, afirmou, ao calcular ainda o saldo do erário: “A poupança do povo brasileiro é de 376 bilhões de dólares de reserva”. De acordo com Dilma, a inflação média no seu governo, se comparada a outros governos, é a mais baixa. “A inflação chegava a 12%, antes de Lula. Nós temos recursos e não vamos interromper nenhum programa social porque alguém queira. O dinheiro é para ser gasto com a sua população e será gasto com ela”, prometeu. As comitivas da presidente e do governador Jaques Wagner deixaram o evento sem falar com a imprensa. Por Carol Prado/BN