De acordo com a petição instaurada pelo Ministério Público Federal (MPF) e encaminhada à Justiça Federal da Bahia, o ex-governador da Bahia e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Jaques Wagner (PT) recebeu, por meio de caixa dois, em sua campanha eleitoral de 2010, um montante de 12 milhões de dólares.
O caso foi tornado público nesta terça-feira (11), pelo ministro da Lava Jato, Edson Fachin. De acordo com o documento encaminhado pelo magistrado, a quantia em dólares foi citada por seis delatores da Odebrecht: Carlos José Fadigas de Souza Filho, Marcelo Bahia Odebrecht, Cláudio Melo Filho, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, André Vital Pessoa de Melo e Benedicto Barbosa da Silva Júnior.
Os ex-executivos relataram o pagamento das vantagens indevidas “a pretexto de contribuição à campanha eleitoral, em favor do então governador do estado da Bahia Jacques Wagner”. “Tais pagamentos teriam sido motivados pela concessão de benefícios fiscais associados ao ICMS que teriam favorecido o grupo Odebrecht”, diz a petição.
“Narra-se ainda que, em 2010, o então governador do estado da Bahia Jacques Wagner teria recebido, a título de presente, um relógio no valor de US$ 20.000,00 (vinte mil dólares)”, frisa o ministro, com base nas delações dos ex-executivos da empreiteira baiana.
Eleições 2014 – No contexto das eleições do ano de 2014, quando o governador Rui Costa (PT) foi eleito com o apoio de Jaques Wagner, o grupo baiano teria “repassado a Jacques Wagner, também a pretexto de contribuição eleitoral, R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), valores devidos em razão de dívida da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB)”.
O ex-governador ainda não se manifestou sobre o aparecimento do seu nome nas delações do grupo Odebrecht.
Por Aparecido Silva
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