O empresário Milton Pascowitch declarou que uma propina de R$ 532.765,05 paga em espécie para o Partido dos Trabalhadores teve origem nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA). Segundo o delator da Operação Lava Jato, preso na 13ª fase, o dinheiro veio da empreiteira Engevix, passou por sua empresa, Jamp Engenheiros, e foi entregue por ele ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
A informação está em um relatório encaminhado à Justiça pela Polícia Federal. De acordo com o G1, o documento serviu como base para a 17ª fase da operação, Pixuleco, que resultou na nova prisão do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
“O declarante foi convocado por João Vaccari para uma reunião na sede do Partido dos Trabalhadores, quando Vaccari lhe informou que a Engevix deveria ‘contribuir’ com a agremiação política em razão do contrato de gerenciamento que a mesma detinha, referente às obras de Belo Monte; Que o declarante reportou a questão a Gerson Almada, que concordou com o pagamento; Que foi pago o valor bruto de R$ 532.765,05; Que o valor foi ressarcido à Jamp por meio de um contrato firmado com a Engevix com objeto específico de Belo Monte”, diz parte do trecho da declaração da PF, de acordo com o portal.
Segundo o Estadão, o Partido dos Trabalhadores nega as acusações de qualquer operação financeira ilegal ou de participação em esquema de corrupção. “Todas as doações feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”, afirmou em nota oficial ao jornal o presidente do PT, Rui Falcão.
Já a defesa de João Vaccari Neto, preso na 12ª fase da Lava Jato, afirmou que não procede nenhuma informação “desse delator nem de qualquer outro”. “Vale lembrar, mais uma vez, que palavra de delator não é prova. E que até hoje nenhuma palavra que acuse o Sr. Vaccari nas várias delações foi objeto de comprovação”, afirmou o advogado Luiz Flávio Borges D’Urso. Fonte: Época.
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