O desejo de ganhar o pão de cada dia e levar para casa o sustento virou dor de cabeça para as famílias que integram o Circo Mundo Mágico. Com apresentação agendada para a próxima sexta-feira (29), em um ponto da Avenida Luís Viana Filho, conhecida como Paralela, na cidade de Salvador, a manifestação artística batalha para garantir o lugar na localidade. Isso porque, após alugar há dois meses, um trecho do terreno particular, o grupo foi impedido de atuar por causa da ocupação de outro circo.
Andreza Alvarado, representante do Mundo Mágico, conversou com a reportagem do BNews e contou detalhes desse fato. Inicialmente, o grupo acordou contrato com um homem, de prenome Franklin, que é proprietário de parte do terreno alugado.
Com o vínculo em mãos, ela se deslocou até a Central Integrada de Licenciamento de Eventos (CLE), da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (SEDUR), para gerar protocolo de validação.
Depois de juntar toda a documentação necessária e pagar taxas, ela encaminhou através de e-mail para a pasta municipal. Apesar de aparecer como “deferido” no sistema, a representante recebeu a notícia de que outro circo ocuparia o lugar já garantido.
“Ordenaram vetar nosso funcionamento, impedindo da gente trabalhar. Segundo fui informada, tanto a Sedur quanto a Transalvador receberam ordens superiores para indeferir todo o processo anteriormente já aprovado no sistema”, disparou Alvarado.
Inicialmente, ainda segundo ela, os órgãos alegaram que no espaço alugado pelo Mundo Mágico não havia estacionamento. Dessa maneira, o circo alegou que não se trata disso, pois há uma planta do projeto feita por um engenheiro para o local.
“Já estamos no terreno, em processo de montagem, várias famílias que dependem desse trabalho. Gastamos muito, pagando aluguel do terreno, taxas, engenheiros, bombeiro. Mas estamos nesta situação onde um representante, gestor público, quer privilegiar o Le Cirque por ser um circo maior e mais rico e que vem todo ano, é ‘parceiro’, e com isso prejudicar várias famílias que estão desesperadas, pois estamos na incerteza do nosso trabalho”, lamentou Andreza Alvarado.
Com a incerteza da atuação, a estreia teve que ser remanejada para a próxima sexta-feira (6). A reportagem do BNews entrou em contato com a SEDUR e com a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) para saber mais informações sobre este caso.
Procurada pela reportagem, a SEDUR apontou que o “processo de autorização apresentado não atendeu a todos os requisitos e, por isso, foi indeferido”. A Transalvador, por sua vez, ressaltou que “não se constatou locais apropriados para estacionamentos dos veículos, de modo que garantisse a segurança viária”.
Confira a nota da SEDUR na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) esclarece que os eventos realizados em Salvador são autorizados pela Central de Licenciamento de Eventos (CLE), composta pelos órgãos municipais: Sedur, Secult, Secis, Semop, Limpurb, Transalvador e Vigilância Sanitária. O processo de autorização apresentado não atendeu todos os requisitos e, por isso, foi indeferido.”
Informações BNews