“Você vai fazer uma casa de viadinhos”. Foi isto que o estudante de Arquitetura e Urbanismo da Unijorge, Jether Felipe Gama, teria ouvido da professora ao apresentar a ela seu projeto de conclusão de curso. Ao dizer “casa de viadinhos”, a docente estaria falando, na verdade, de uma casa de acolhimento para jovens LGBTs. Homossexual assumido, o estudante resolveu utilizar seu projeto para construir um lar para jovens muitas vezes colocados para fora de casa pelas famílias, apenas por conta de sua orientação sexual ou gênero. Ao ouvir as palavras, Jether conta ter alertado que “viadinhos” não era o termo correto para se referir aos LGBTs. E afirmou ter recebido como resposta a indiferença da professora, que teria se negado a se retratar. Surpreso e indignado com a atitude, ele recorreu à direção da instituição e ingressou com um processo administrativo contra ela. Uma comissão foi instaurada para investigar as denúncias, mas, ao ser informado sobre qual punição a professora sofreria, Jether teve outra surpresa. A docente seria apenas advertida, pois, segundo a instituição, o currículo dela é “muito bom” para uma penalidade mais severa. Além do desconforto provocado pela declaração, o estudante passaria agora a ter que lutar contra o que classifica como “descaso” da Unijorge. “Na semana passada, eu questionei se, por conta da meritocracia, ficaria isso mesmo. Ingressei com um pedido para ter uma documentação dizendo que o resultado seria esse [advertência]. Eles não me deram. A gente pensou que essa advertência seria apenas para calar a gente, pois passamos a fazer protestos dentro da universidade. Na semana passada, nós espalhamos cartazes contra homofobia pela universidade, passamos a fazer barulho lá dentro”, contou Gama, em entrevista ao Bahia Notícias.
Por Bruno Luiz
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