A relação de amor do empreendedor carioca Rodolfo Araújo, 41 anos, pelo Carnaval de Salvador começou de forma inesperada. Em 2012, quando visitava o estado pela primeira vez, o plano era fugir da folia momesca soteropolitana e curtir as belezas naturais do distrito turístico de Praia do Forte, na Região Metropolitana. No entanto, os encantos carnavalescos da capital baiana fisgaram o carioca, que, desde então, integra o grupo de turistas que curtem o Carnaval em blocos e camarotes. Historicamente, esse número representa cerca de 70% dos abadás vendidos, de acordo com a direção do Quero Abadá.
No primeiro ano de folia, há pouco mais de uma década, Rodolfo Araújo curtiu dois dias do Carnaval, com o bloco Voa Voa e Jammil. De lá para cá, o carioca esteve presente em todas as edições da festa, com exceção dos anos de 2021 e 2022, devido à pandemia da Covid-19. Desde 2018, o folião desce para avenida todos os dias, intercalando entre blocos e camarotes e, eventualmente, pipoca.
Os ingressos para o Carnaval de 2024 foram garantidos em novembro de 2023, na promoção da Black Friday: o Me Abraça, com Durval Lelys, para o domingo, e o Eva, para o sábado. “O Eva é um bloco maravilhoso, não fica estupidamente lotado, e o Me Abraça é por causa da guitarra do Durvalino, que é diferenciada”, diz.
No levantamento feito pela Quero Abadá, São Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe lideram o ranking de estados que mais mandam turistas para curtir o Carnaval de Salvador em blocos e camarotes. Os estados representam, respectivamente, 15%, 11% e 7% dos clientes. Turistas estrangeiros representam 5% do total. A maior parte vem de países vizinhos como o Chile e o Uruguai.
Cerca de 270 quilômetros separam a cidade de Itabaianinha, no interior sergipano, de Salvador. De carro, a viagem é feita em quase quatro horas, tempo que não é um problema para os foliões sergipanos. A biomédica e influenciadora digital Cris Vitório, 25 anos, fez esse percurso pela primeira vez no ano passado, depois de crescer em um lar apaixonado por Bell Marques.
“O meu amor pelo Carnaval de Salvador começou desde pequena. Minha família ouve muito Bell Marques e, quando eu escutei, aquilo me cativou”, diz a biomédica, ressaltando o sentimento de segurança e conforto ao curtir o Carnaval em blocos ou camarotes.