por Luís Peixoto
Mais um ano que se acaba, e a nossa educação continua precária e caótica. A falta de políticas públicas voltada para educação, faz com que o índice de analfabetismo e desigualdade social persista na morosidade repressiva. Nos últimos 10 anos, pudemos analisar a forma ilusória como esses governantes “Presidentes” tratam a educação brasileira, oferecendo-nos um péssimo ensino.
A péssima educação proporcionada por esses governantes em todo ensino fundamental e médio, com salas de aulas lotadas, escolas sem infraestrutura, baixa qualidade de ensino, além da baixa remuneração dos professores, os jovens ainda são iludidos quando ingressam nessas instituições de ensino superior, entregando-lhe um pesadelo em um sonho vendido.
O crescente ingresso de jovens despreparados às universidades particulares,fazendo com que muitos não consigam a tão sonhada profissão, vem se tornando uma dor de cabeça para a sociedade. A falta de competência, e irresponsabilidade desses gestores, faz com que o mercado fique abarrotado de profissionais desqualificados, sendo iludidos por esses programas de educação implantados por governos que asseguram, está mudando todo o sistema de ensino do nosso País.
Entretanto, o fácil acesso às instituições, está obstando o aprendizado. A falta de fiscalização nesses ingressos, nessas mantenedoras, que são injetadas bilhões pelo governo federal, para oferecer um ensino de qualidade, faz com que a educação brasileira não progrida, e continue com alta taxa de analfabetismo.
Atualmente, milhares de estudantes universitários, depois de formados, são lançados ao mercado de trabalho, completamente despreparados e desqualificados. A exemplo, do último exame da OAB, o índice de reprovação chegou a 88,275%, onde mais de 90 mil bacharéis em direito irão trabalhar em outra área, ser office boy de luxo nos escritórios de advocacia, ou ficar na expectativa de uma dia realizar esse tão sonhado sonho de advogar, que foi vendido no inicio do seu ensino acadêmico pelos nossos representantes.
No dia 23 de novembro deste ano, a OAB divulgou a lista de 90 cursos de direito que receberam o selo de qualidade “OAB Recomenda”, apenas 7,6% das instituições. Em relação á Bahia, 10 faculdades foram reprovadas, com o conceito zero. Será que esses jovens são culpados pelo alto índice de reprovação?Somos sabedores da extrema relevância deste curso – um mercado promissor e aberto para varias áreas: Advocacia, Magistratura, Delegado de Policia, Promotoria e Procuradoria da Justiça, ou profissional autônomo.Mas, há uma falta de fiscalização dos órgãos públicos.
Há uma discussão sobre inconstitucionalidade do exame de ordem. No mês de outubro, por unanimidade, o STF (Superior Tribunal Federal) considerou o exame da OAB constitucional, alegando que o exame assume o papel de “proteger a sociedade dos riscos relativos à má operação do Direito”, violando o direito ao trabalho e a liberdade de profissão, garantido pela nossa Constituição federal. Percebe-se, que o controle de formação e qualificação está partindo de uma única frente. Cabe especialmente o Ministério da Educação e o Poder Publico investir na educação fundamental, controlando e fiscalizando de perto a qualidade das instituições de ensino, para preencher os requisitos necessários á formação de verdadeiros profissionais, evitando que esses bacharéis não fiquem excluídos do mercado de trabalho.
Convém observar, um crescente número de vagas de emprego na área de Enfermagem, fazendo com que uma grande demanda de Jovens procure o curso. A realidade é que assim como em outros cursos, esses jovens saem mal preparados para enfrentar o mercado. O resultado, é o índice crescente de erros na área da saúde causados por profissionais de enfermagem. Segundo Manoel Carlos Neri, presidente do Conselho Federal de Enfermagem, “Me parece que esse é um problema que tem diversos fatores. Um dos fatores mais importantes que eu coloco é a baixa qualidade do ensino.” Na verdade, entende-se que há uma falta de fiscalização nestas instituições de ensino. De acordo com João Cardoso Palma Filho, secretário adjunto da Educação de São Paulo, “Precisaria que os mantenedores desses cursos encarassem a coisa com maior seriedade e não apenas querendo se beneficiar de uma explosão no mercado e ganhar dinheiro, para falar o português claro.”
Por trabalharem diretamente em contato com a vida do próximo, esses profissionais da área de saúde também não precisariam ser avaliados? Se todos os cursos de graduação necessitassem de uma avalição final para o ingresso na profissão, com certeza, iriamos perceber que não só os bacharéis em direito estão saindo mal preparados, mas, os outros cursos em geral. A péssima qualidade de ensino está generalizada.
A forma que estão gerindo a nossa educação, está sendo de cima (acadêmico) para baixo (educação infantil), esquecendo que o ensino começa desde a educação básica, que é primordial para formação de uma criança. Não adianta pensar em quantidade, existir milhões de alunos ingressados em universidades, mas não estando aptos para exercer a sua profissão, por falta de capacitação. Deve-se existir mais programas de politicas públicas voltadas para educação infantil: promover uma educação integral em todo País, melhorar a qualidade do ensino, remunerar o educador com um salario mais digno, aumentar a previsão de recursos orçamentários para a área da educação, e etc… Sabemos que o resultado é de longo prazo, mas foi assim que os países desenvolvidos conseguiramdiminuiro índice de analfabetismo e a desigualdade social.
Lamentavelmente, é duro saber que um deputado federal ganha R$ 26 mil, para LEGISLAR; Um magistrado, ganha acima de 21 mil para JULGAR, e um professor, cito, por exemplo, o caso da professora Amanda Gurgel, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que comoveu o País este ano, com seu discurso, desabafando sobre a situação caótica em que vive a educação brasileira, com o salario de R$ 930,00 para EDUCAR. Essa é verdadeira educação que nos é oferecida.
Para concluir, peço aos verdadeiros heróis brasileiros “professores”, que nunca desistam, lutem, redobrem o trabalho com essas crianças hoje, porque no futuro, elas irão se conscientizar e perceber da importância que vocês docentes, tiveram na formação educacional e na construção de suas vidas. E que eles saibam retribuir, levantando uma nova Bandeira, e mudando a historia do nosso brazil de Todos Nós.
Luís Peixoto,
Diretor do site Tia Cândia. Artigo originalmente publicada em dezembro de 2011 no site Bahia Notícias, na coluna Justiça.
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