Ciente de que por trás de toda amarelada política, há um vestígio vermelho, este blog continua no rastro dos amarelões que retiraram sua assinatura do pedido de CPI do BNDES.
Agora é a vez do senador Otto Alencar (PSD-BA), ex vice-governador do atual ministro da Defesa, Jaques Wagner.
(Precisa dizer mais? Ok.)
Seu filho, Otto Alencar Filho, foi nomeado em janeiro presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), que opera recursos do BNDES no estado.
(Precisa dizer mais? Ok.)
Quando era chefe da secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), Otto (o pai) assinou empréstimo com o BNDES para a construção da Ponte do Pontal, em Ilhéus, no sul baiano.
Sabe a quem ele entregou a obra? À UTC Engenharia, dele mesmo, Ricardo Pessoa, preso na sétima etapa da Operação Lava Jato.
Resultado: as obras, cujos canteiros o governador eleito Rui Costa e o próprio Wagner usaram como bandeira eleitoral em 2014, estão paradas desde as eleições, como quase tudo no Brasil.
No mês passado, porém, o novo chefe da Seinfra, Marcos Cavalcante, anunciou que o BNDES garantiu empréstimo de R$ 50 milhões para as obras da ponte, orçada em R$ 160 milhões.
Segundo Cavalcante, homem de confiança de Otto, a UTC foi notificada e teria até depois da Semana Santa para informar se pretenderia continuar à frente da construção.
Pergunto, senador Otto: o BNDES aparelhado pelo PT cortaria o empréstimo de R$ 50 milhões para as obras iniciadas em sua gestão e tocadas pelo seu homem de confiança, caso o senhor mantivesse sua assinatura no pedido de CPI do próprio BNDES? O senhor a retirou porque teme a represália do presidente do banco, Luciano Coutinho? De Wagner? De Pessoa?
Porque teme pela carreira de seu filho? Ou o senhor amarela por gosto mesmo?
Fonte: Veja.
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