O procurador-geral da Repúlica, Rodrigo Janot, vai estudar o pedido de parlamentares do PT para investigar o senador Aécio Neves (PSDB) no caso Furnas. A base do requerimento subscrito por dois deputados federais e um estadual, todos do PT de Minas, é o depoimento gravado em vídeo do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato – esquema de corrupção na Petrobras.
Em delação premiada, o doleiro afirmou que o ex-deputado José Janene (PP/PR) – condenado no processo do Mensalão e mentor do esquema de propinas na Petrobrás – lhe contou que “dividia diretoria de Furnas com o então deputado na época Aécio Neves”.
“O partido (PP) tinha a diretoria, mas quem operava a diretoria era o Janene em comum acordo com o então deputado Aécio Neves.” “Tinha algumas operações que ele (Janene) dividia com o então deputado Aécio Neves
O tucano foi deputado federal por seu Estado entre 1987 e 2003, quatro mandatos consecutivos. Para os deputados do PT que representaram por investigação na Procuradoria-Geral da República, as informações do doleiro “reforçam indícios de participação de Aécio no desvio de recursos na estatal”.
Furnas é uma empresa de economia mista – subsidiária da Eletrobrás e vinculada ao Ministério de Minas e Energia – que atua na geração e transmissão de energia elétrica. Os deputados petistas defendem a necessidade de o Ministério Público Federal “aprofundar as investigações”.
O relato do doleiro foi tomado em fevereiro pela força tarefa do Ministério Público Federal que investiga o suposto envolvimento de políticos com o esquema Petrobrás. O depoimento, termo 21, foi gravado em vídeo. Indagado pelos procuradores se teve contato com Aécio, ele respondeu. “Não, senhor.”
As informações do doleiro sobre o tucano não foram suficientes para que a Procuradoria-Geral da República requisitasse inquérito para investigar Aécio no âmbito do esquema Petrobrás. No início de março, em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu arquivamento do procedimento relativo ao senador do PSDB.
“Há se ver que os fatos referidos são totalmente dissociados da investigação central em voga, relacionada à apuração dos fatos que ensejaram notadamente desvios de recursos da Petrobrás. A referência que se fez ao senador Aécio Neves diz com supostos fatos no âmbito da administração de Furnas. Assim, do que se tem conhecimento, são fatos completamente diversos e dissociados entre si”, assinalou Janot no despacho ao STF, no início de março. Fonte: Bocão News.
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