Preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), o dono da UTC, o engenheiro baiano Ricardo Pessoa, foi bastante generoso com as campanhas petistas na Bahia, seu estado natal. O empresário é acusado de montar um cartel de empreiteiras destinado a fraudar licitações na Petrobras.
Conforme prestações de contas obtidas pela reportagem junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as campanhas de Jaques Wagner (PT) em 2010, e a de Rui Costa (PT), em 2014, receberam cifras milionárias da empreiteira apontada pela PF como operadora do esquema de corrupção na Petrobras apelidado de “Petrolão”.
Em 2010, o então governador baiano e candidato à reeleição pelo PT recebeu R$ 2,5 milhões em três doações feitas pela UTC. Neste domingo (22), o ex-líder baiano, hoje ministro da Defesa do governo da presidente Dilma Roussef (PT) afirmou que as doações foram declaradas e as prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. O petista também negou que tenha recebido dinheiro para a sua campanha vitoriosa em 2006. Entretanto, a UTC, conforme informações obtidas junto ao TSE, doou para o Comitê Nacional da campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) R$ 1,2 milhão entre agosto e setembro do ano citado. O mesmo Comitê repassou para a campanha de Wagner, no mesmo período, R$ 700 mil, conforme declaração.
Já a campanha de Rui Costa, que derrotou no 1º turno o candidato da oposição Paulo Souto (DEM), recebeu R$ 3 milhões da UTC em duas doações realizadas via transferência eletrônica, conforme TSE. O governador não se pronunciou até o momento sobre as acusações de que sua campanha teria recebido dinheiro da UTC oriundo de suposta propina em contratos com a Petrobras.
Na Bahia, desde que os petistas assumiram o poder, a UTC ficou responsável pela construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragojipe, no Recôncavo baiano. O consórcio é formado, além da UTC, pelas também baianas Odebrecht e OAS e a Kawasaki.
A empreiteira é responsável também pela construção da ponte Ilhéus – Pontal, obra do governo estadual, através do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), com custo estimado aos cofres públicos de R$ 200 milhões.
A UTC ainda opera o “Consórcio Aeroportos Bahia”, em parceria com a Sinart Organização. Entre as obras está a reforma e ampliação do Aeroporto João Durval Carneiro, em Feira de Santana, recursos também oriundos dos cofres públicos do Estado.
Fonte: Bocão News.
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