A viúva de Ronilson Oliveira de Jesus, o Rafael, que já foi considerado um dos maiores e mais temidos traficantes de Feira de Santana, foi absolvida na semana passada pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e organização criminosa.
A mulher foi presa em março de 2019 sob suspeita de ter assumido o papel de seu falecido marido, que foi morto em um confronto com a polícia militar em 2017, quando pertencia à facção Caveira, agora extinta.
O Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) instaurou um inquérito policial em maio de 2020, denominado Operação Tupinambá, para apurar as disputas territoriais por pontos de venda de drogas em Madre de Deus, Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Os investigadores do Draco chegaram à conclusão de que Rafael fornecia drogas e armas para um dos quatro traficantes que atuavam em Madre de Deus, mas que, depois de sua morte, a viúva passou a atuar como líder do esquema. A suspeita era de que, além de Madre de Deus, a viúva também fornecia drogas e armas para outros grupos criminosos com atuação em Candeias, Catu e Salvador. A absolvida foi denunciada pelo Ministério Público.
O juiz responsável pela absolvição da viúva de Rafael justificou que as evidências apresentadas contra a ré foram consideradas insuficientes para embasar sua condenação pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e organização criminosa, uma vez que não havia provas que a incriminasse diretamente.
Quando foi presa, a mulher estava morando em Lauro de Freitas. A prisão dela aconteceu em um shopping da cidade da RMS. A então suspeita teria confirmado que foi casada por 12 anos com o traficante, mas que não tinha qualquer relação com a criminalidade. Argumentou ainda que passou a ser apontada como liderança da facção do marido após uma pessoa publicar no Youtube um vídeo onde ela era colocada como “a nova traficante de Feira de Santana”.
Rebelião
Rafael, que já fez parte do Baralho do Crime, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), foi apontado pela polícia como o responsável por ordenar uma rebelião no Presídio de Feira de Santana, que resultou na morte de 9 detentos em 2015.
De acordo com as autoridades policiais, no dia 24 de maio, o traficante teria instigado um motim na prisão com o objetivo de assassinar seu ex-parceiro no crime, Haroldo de Jesus Brito, também conhecido como Haroldinho. Os dois cumpriram pena juntos na mesma instituição, tiveram um desentendimento e tornaram-se inimigos.
Segundo as informações fornecidas pela polícia, o “chefão” do Caveira ordenou a rebelião de fora dos muros do presídio porque havia sido libertado pela Justiça 38 dias antes do motim, em 16 de abril de 2015.
Informações BNews