O aumento de 18% que o Supremo Tribunal Federal (STF) se concedeu, cada um dos onze ministros passará a embolsar mais R$600 mil anuais. Seus salários foram aumentados de R$39,2 mil a R$46,3 mil por mês. Pior mesmo é o “efeito cascata” desse reajuste, beneficiando todas as carreiras, por isso economistas o consideraram verdadeiro atentado às contas públicas. Com o reajuste, o custo de pessoal no Poder Judiciário deve passar dos atuais R$95 bilhões para pelo menos R$112,1 bilhões por ano.
Tudo pessoal
O Judiciário inclui as Justiças Federal, Estadual, do Trabalho, Eleitoral, tribunais superiores etc. Mais de 91% do orçamento paga só a folha.
Mais que a Coroa inglesa
O Orçamento do STF para 2023 será de mais de R$851 milhões, aumento de quase 20% em relação às despesas de 2022.
Custo x benefício
Nos EUA, país com PIB dez vezes maior que o do Brasil e população 50% maior, o custo do Supremo não passa de R$730 (US$140) milhões.
Vitalício
O custo anual apenas dos salários dos ministros do STF será de R$6,6 milhões por ano, sem contar encargos, benefícios, custos indiretos etc.
Farra irá provocar aumento de impostos e inflação
A gastança irresponsável prevista na PEC Fura-Teto e os aumentos salariais nos três poderes deixaram o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles muito pessimista. Em vez aumentar gastos, adverte ele, o futuro governo deveria cortar regalias e privilégios do setor público, sobretudo nos salários mais elevados. Mas, pelo visto, diz ele, o Brasil terá “aumento de impostos ou inflação ou as duas coisas, o que é pior”.
Passando o rodo
Foram meses para conseguir mais R$200 para os pobres, mas em segundos Congresso e STF somaram R$7 mil aos próprios salários.
Atitude indecorosa
O Congresso e o STF agem como não se houvesse dinheiro sobrando. E trataram de passar o rodo, concedendo-se aumentos indecorosos.
Que coisa feia
É espantoso que parlamentares e ministros do STF tenham aproveitado o consenso em torno do Bolsa Família para engordar os contracheques.
Coluna Cláudio Humberto | Diário do Poder