A busca pela sexta estrela de campeão do mundo vai começar oficialmente para o Brasil. A Seleção estreia na Copa do Catar em duelo contra a Sérvia nesta quinta-feira (24). A partida começa às 16h (horário de Brasília), no estádio de Lusail.
O jogo contra os sérvios é o primeiro de três que o Brasil disputará na primeira fase. Cabeça de chave do grupo G, a equipe terá pela frente Suíça e Camarões na sequência.
Para alguns, o primeiro jogo na Copa do Mundo é sempre o mais difícil, por toda a tensão e expectativa que vivem jogadores, comissão técnica e torcedores. Em 2022, Tite repete Zagallo e Telê Santana como treinador do Brasil em duas Copas consecutivas. Ele garante que está mais tranquilo do que há quatro anos, na edição na Rússia.
“O nervosismo é menor. O aprendizado pode ser teórico, mas é fundamental prático. Os jogos têm um componente emocional muito forte, a estreia ainda mais. Pela expectativa que gera, é humano. Talvez isto interfira nas expectativas do que acontece no jogo. Temos o maior torneio do mundo, os maiores atletas do mundo, talvez a maior visibilidade de um esporte do mundo. Mas temos de ser o que somos na nossa essência”, comentou o treinador.
Uma das seleções apontadas como favoritas para ficar com o título, o Brasil, nos últimos dias, ganhou motivos para dobrar a atenção diante dos sérvios. Afinal, a zebra tem passeado pelos estádios do Catar. De acordo com Tite, as derrotas da Argentina para a Arábia Saudita e da Alemanha para o Japão deixaram ensinamentos ao elenco.
“É de reflexão, sim. Respeito, porque são todas seleções, mas serve como análise, sim, como reflexão. Não há grandeza, nem facilidade maior ou menor. Talvez este seja o grande aspecto. Não tem marca, não tem grife. Tem orgulho de cada país em fazer seu melhor e enfrentar”, afirmou o comandante.
A Sérvia é uma velha conhecida da Seleção. Na Copa passada, as duas equipes também se enfrentaram na primeira fase, e o Brasil venceu por 2×0, gols do volante Paulinho e do zagueiro Thiago Silva. Aos 38 anos, o defensor será o capitão do Brasil na competição deste ano e pediu a confiança do torcedor.
“Peço à torcida que confiem na gente, estamos prontos para fazer uma grande Copa do Mundo. Claro que o título está muito distante, mas sonhar é grátis e sonhamos com isso”, disse o veterano.
Pressão pelo hexa
Apesar de ser o maior campeão do mundo, com cinco conquistas, o Brasil tenta no Catar quebrar um jejum de 20 anos. O país não levanta a taça desde 2002, quando venceu a Alemanha na final por 2×0, no Japão.
Questionado sobre a fase brasileira, Tite tirou a carga de pressão. “Não me coloca responsabilidade de 20 anos, são só quatro (risos), de um processo todo. A história é linda e traz pressão, sim, mas a pressão que um país todo vive, apaixonado, está nas ruas. Principalmente a garotada, serve como processo educativo e o futebol também é de educação, fundamentalmente. Tem pressão, mas a tranquilidade de saber das oportunidades que surgem na vida, que sonhar faz parte”, disse o treinador.
“Tostão fala isso, que é bom sonhar, então sonhamos fazer uma grande Copa e ser campeão. E se não for, fazer o melhor. Um só vai ser campeão, mas tem a sensatez e naturalidade que outras grandes seleções buscam este patamar. Pressão é inevitável”, analisou Tite.
Gabriel Rodrigues/Correio