Bastou o mito não ingressar no partido [PTB] para o Leão rugir da cadeia. Em uma carta escrita por Roberto Jefferson, divulgada na noite desta quarta-feira (27), o ex-deputado Roberto Jefferson teceu várias críticas ao presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio, a quem ele atribuiu ter “vício nas facilidades do dinheiro público”.
O ex-parlamentar declarou na carta escrita em Bangu 8, que ao se aproximar do Centrão, Bolsonaro ficou cercado de “viciados” e se tornou um deles: “Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio”, segundo publicação do jornal O Globo.
“Desfrutou do prazer decorrente do dinheiro público, ganho com facilidade, nunca mais se abdica desse gozo paroxístico que ele proporciona. Bolsonaro cercou-se com viciados em êxtase com dinheiro público; Farias, Valdemar, Ciro Nogueira, não voltará aos trilhos da austeridade de comportamento. Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio”, escreveu o presidente do PTB.
O ex-deputado Jefferson ainda declara que o PTB deverá ter candidatura própria nas próximas eleições e que irá orientar as lideranças da sigla a fazerem um convite ao vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para disputar a presidência contra o Bolsonaro.
Roberto Jefferson já fez vários convites públicos para Bolsonaro, mas as negociações não avançaram. Hoje, em entrevista à Jovem Pan News, o presidente afirmou claramente que está em negociação com o PP e com o PL.
O ex-deputado precisou ser internado novamente no domingo no hospital penitenciário de Bangu 8 devido a complicações em seu estado de saúde, como febre alta, taquicardia e baixa pressão. Recentemente Jefferson passou por um cateterismo.
Jefferson voltou para a prisão no último dia 14 por determinação do ministro Alexandre de Moraes, depois que o político normalizado recebeu alta hospitalar. Ele estava internado desde o início de setembro com um quadro de infecção urinária e dores na lombar e foi submetido também a um cateterismo para desobstrução de uma arte.
Além de estar preso, ele já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suas instituições. Na noite de domingo, ele pediu licença da presidência do PTB por tempo indeterminado enquanto durar a prisão preventiva. Em carta, o dirigente disse que não pode assinar documentos e faz exame dos parlamentares do partido que pediram seu afastamento.