O Brasil manteve o seu domínio histórico no futebol de 5 e conquistou o pentacampeonato das Paralimpíadas em cinco edições com a disputa do esporte.
Na decisão de Tóquio-2020, a seleção brasileira venceu a Argentina por 1 a 0, gol de Nonato, a sete minutos do fim da partida.
A medalha de ouro no futebol foi a 22ª do país em Tóquio, um recorde de títulos paralímpicos numa mesma edição, superando as 21 de Londres-2012.
Desde que o esporte para cegos estreou nos Jogos Paralímpicos, em Atenas-2004, a seleção brasileira masculina (não há disputa feminina) venceu todas as edições. Argentina (agora duas vezes), China, França e Irã foram os vice-campeões.
Em Tóquio, além do ouro, o Brasil manteve a sua invencibilidade de 27 jogos nos Jogos (21 vitórias e 6 empates).
Na primeira fase, conquistou vitórias tranquilas contra China (4 a 0), Japão (4 a 0) e França (3 a 0). Nas semifinais, encontrou dificuldades pela primeira vez. Debaixo de muita chuva, conseguiu bater o Marrocos por 1 a 0 graças a um gol contra.
A partida contra a Argentina também foi equilibrada, mas no fim os brasileiros prevaleceram novamente, numa campanha de 13 gols marcados e nenhum sofrido.
Ricardinho, 32, e Jefinho, 31, tetracampeões paralímpicos, são os nomes mais conhecidos da seleção, mas o grande destaque individual no Japão foi Nonato, artilheiro da competição com seis gols.
Natural de Orocó (PE), Nonato, 34, nasceu praticamente sem enxergar devido a uma retinose. Ele sempre gostou de jogar bola com os amigos e entrou para o futebol de 5 com 23 anos. Foi a terceira campanha dourada de que participou.
O futebol de 5 é disputado por atletas com deficiência visual, que usam vendas nos olhos. A exceção é o goleiro, que tem visão total e não pode ter participado de competições da Fifa nos últimos cinco anos.
O campo, geralmente de grama sintética, mede 20 m x 40 m (padrões do futsal) e conta com barreiras laterais para impedir que a bola saia de jogo. Cada time é formado por cinco atletas (quatro na linha e o goleiro). A partida tem dois tempos de 20 minutos, com intervalo de 10 minutos.
A bola possui guizos internos para que os jogadores a localizem, e o jogo precisa ser disputado em silêncio na maior parte do tempo, num local sem eco. A torcida (que não esteve presente em Tóquio) só pode se manifestar na hora dos gols. O goleiro, o técnico e um guia (chamador) que fica atrás do gol adversário passam orientações de posição e direcionamento.