Petroleiros da Bahia deflagraram greve geral nesta quinta-feira (18). Eles protestam contra a anunciada privatização da Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Desde as primeiras horas da manhã eles se concentram na frente da refinaria, no chamado Trevo da Resistência, onde a passagem para veículos está bloqueada.
O diretor do sindicato dos petroleiros da Bahia [Sindipetro-BA], Radiosvaldo Costa, disse que a ideia é fazer uma assembleia por volta das 8h junto com trabalhadores que estão chegando ao local para definir uma agenda de manifestações. Segundo Costa, a relação dos funcionários com a direção da Petrobras, responsável pela refinaria, piorou nos últimos anos.
“Esse anuncia de privatização da RLAM trouxe um conjunto de insegurança aos trabalhadores da refinaria. Nossa luta é pelos empregos. Temos muito receio da diminuição dos postos de trabalho, das perdas de benefícios. A atual direção da Petrobras também passou a fazer assédio contra os trabalhadores”, relata. O sindicalista acredita que a anunciada privatização pode ser suspensa.
No entanto, Radiosvaldo Costa afirma que seria necessário o envolvimento da população. “Nós acreditamos que isso possa ocorrer, mas é um processo que não depende só dos petroleiros”, declara. Ele argumenta que caso a privatização não seja cancelada, os prejuízos devem aparecer já no médio prazo. “Nossa perspectiva, junto com estudos de economistas que nós consultamos, é que os preços de derivados do diesel subam ainda mais, o que vai fazer com que produtos com gás de cozinha tenham elevação de preço”, aponta.
Primeira refinaria do sistema Petrobras e segunda em processamento de barris [330 mil por dia], a Relam tem 700 funcionários próprios e outros 1,7 mil terceirizados. Em nota, a Petrobras criticou a forma da greve iniciada pelo Sindipetro-BA.
OUTRO LADO
A empresa disse que recebeu a notificação do sindicato, declarando a paralisação, mas disse que o motivo apontado pelos trabalhadores “desinvestimento da Rlam” não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve e declarou que a venda da refinaria baiana não acarretará perda de direito ou vantagem trabalhista para os empregados da Petrobras.
Ainda na nota, a companhia afirmou que “já garantiu, reiteradamente, que todos os empregados que optarem por permanecer na Petrobras serão realocados em outros ativos e áreas da companhia. No atual Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022, a companhia se compromete a não fazer nenhuma demissão sem justa causa, portanto, é descabido associar a venda da RLAM ao movimento grevista”, diz a empresa.
Fonte: Bahia Notícias.
Discussion about this post