O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta terça-feira (10), quatro desembargadores, três juízes e outras oito pessoas acusadas de envolvimento em um esquemas de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Conforme denúncia, as investigações ganharam corpo a partir da interceptação telefônica dos suspeitos, que trocaram, entre si, 5.225 ligações, além de mensagens em aplicativo de conversas.
A PGR afirmou que, por meio dos telefonemas, ficou comprovado que a intenção do grupo era “montar a logística criminosa, negociando e quitando as vantagens indevidas, em um contexto de ligações”.
Eles foram acusados de compor organização criminosa que atuava no oeste baiano, em terras que somam mais de 360 hectares, com valor venal bilionário. Os envolvidos também são suspeitos de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Rachadinha
Entre os desembargadores investigados e afastados das funções no Tribunal de Justiça da Bahia está o do presidente Gesivaldo Britto. De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República, as conversas interceptadas revelam um esquema de “rachadinha” de salário na Corte.
Em diálogo com um homem identificado como José Alfredo, o magistrado cita a desembargadora Sandra Inês Rusciolelli Azevedo, investigada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela suposta prática criminosa.
De acordo com a conversa, uma irmã de Sandra Inês, Sandra Mara, está “desesperada” com a situação da magistrada. “Só que também a minha Inteligência [setor de inteligência da Corte] já chegou à conclusão que todos os servidores do gabinete dela, ela racha o salário”, disse o presidente do TJ-BA.
Em outubro deste ano, a desembargadora foi alvo de duas investigações, sendo uma movida pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), por meio da Polícia Civil, e outra pela Polícia Federal.
Veja linha de conversas:
Por Yasmin Garrido
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