Em sonhos, o tenista baiano Natan Rodrigues, de 17 anos, admite alimentar a ideia de um dia se tornar número 1 do mundo. Este ano, jogou três Grand Slam para ganhar experiência e se preparar para encarar as futuras estrelas do ranking mundial.
De volta a Salvador, ele confirmou o favoritismo na 35ª Bahia Juniors Cup, em sua provável última participação no torneio disputado no Clube Bahiano de Tênis, na Barra. Sábado, 28, na final, superou o paraense Joaquim de Almeida por 2 sets a 1 (7/6 e 6/4).
Só mais um passo rumo ao objetivo principal de Natan, que, em 2020, pretende estar num estágio avançado no profissional. “Quero ir o mais longe possível no tênis. Se duvidar, ser top 10 do mundo. E depois, quem sabe, o número 1. Uma tarefa muito árdua, mas que é sempre o sonho de todo jogador de tênis”, suspira.
Atual número 109 do ranking mundial júnior, ele já foi top 40. Caminho de altos e baixos natural mesmo para quem é candidato a substituto de Guga, tricampeão de Roland Garros. O maior tenista do Brasil mantém hoje um projeto chamado Time Guga, do qual Natan faz parte. Entre outros nomes mais cotados, de acordo com a análise do tenista baiano, estão Mateus Alves, João Loureiro e Bruno Ferreira, todos integrantes do projeto capitaneado por Gustavo Kuerten.
Se você sonhar e trabalhar para isso, acreditar, pode chegar lá. Não é garantido, óbvio, mas a gente está com uma boa safra de jogadores”, considera. Os reveses dentro e fora de quadra que o fizeram descer posições reforçam a teoria dos técnicos para pautar-se na cautela em busca de seus objetivos. Assim, em vez de jogar apenas torneios de alto nível, como os abertos da Austrália, Wimbledon e US Open, em 2019, disputará competições regionais.
Na Juniors Cup, considerada uma das competições mais tradicionais do tênis juvenil brasileiro, ele conquistou pontos no ranking mundial da categoria. “Torneios de Grand Slam, óbvio, são a nata do tênis. Aqui é um outro tipo de pressão. Pessoas que cobram mais um pouco, amigos de infância, os pais. Indiretamente, eles pedem resultado”, pondera Rodrigues.
Já com o troféu assegurado, ele parte agora para a disputa do ATP Challenger de Campinas, no qual disputará pontos para o ranking profissional. Para ir à chave principal, terá de passar pelo qualifying, com jogos neste domingo, 29, e segunda-feira, 30.
Recuperado da apendicite
Erguer novamente o troféu de campeão em casa poderá ajudar Natan a ir alicerçando a carreira profissional, que nesta temporada foi marcada por altos e baixos. “Tive uma crise de apendicite e problemas no intestino. Este ano está sendo um pouco difícil, com problemas de saúde antes do Torneio de Roland Garros. Não venho com tantos resultados bons e não estou tão confiante assim. Fiz jogos bons até em Wimbledon, mas acho que meu jogo pode evoluir mais”, analisa o baiano.
Evitando dar uma passada maior que a perna, Natan espera crescer nas quadras e subir posições. Seu maior desafio este ano é voltar a jogar bem, pontuar e ganhar confiança. “No ano passado eu estava muito bem, com a confiança lá em cima. Se conseguir repetir isso, consequentemente aumentarei meu ranking para chegar ali no final do ano no top 40”, finaliza.
Por Aurélio Lima
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