Todos na imprensa neste País comentam sobre os fracassos do futebol brasileiro, a falta de qualidade de nossos atletas (os que atuam aqui) e a ausência de público nos estádios. Até concordo com pequenos públicos nos nossos jogos (uma das razões é o alto preço do ingresso), mas não aceito em hipótese nenhuma sobre o fracasso do Brasil nesse esporte. A outra, a qualidade dos estádios, a exceções dos feitos para a Copa do Mundo com R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais) de dinheiro público a ser pago em 35 anos. Eu também queria R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais) com juros subsidiados e 35 anos para pagar.
Quase todos os nossos jogadores – com raras exceções – atuam nas grandes equipes do mundo, fazem sucesso e interessam sempre a outras grandes equipes de todas as nações que podem pagar R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) por apenas um atleta, que, num lance de puro azar, pode ficar sem atuar por 6 ou até mais meses.
Quase ou ninguém tem comentado o “extremo fracasso” do Barcelona nos últimos 365 dias.
O time que é um dos mais ricos da Terra com um orçamento anual de R$ 2.700.000.000,00 (dois bilhões e setecentos milhões de reais), ou seja, R$ 225.000.000,00 (duzentos e vinte e cinco milhões de reais) por mês, R$ 7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil reais) por dia não ganha um título há exatamente 365 dias, um ano. O último foi a Supercopa da Espanha em 28/08/2013.
Aqui, um time como Bahia ou Vitória que tem um orçamento de R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) por ano, apenas 4 dias de arrecadação do Barcelona, não pode nem deve ficar sem vencer sequer 3 partidas, pois entra em crise, derruba treinador e todos chamam a todos de incompetentes, sem planejamento.
Futebol não é somente planejar. É também contar com circunstâncias do “sobre natural do Almeida”, para citar Nélson Rodrigues, a fim de conquistar taças, troféus e títulos.
Temos que tentar entender que o futebol é um esporte, que faz parte de competições, onde um time ganha e outros tantos – 31, 19, 17 ou 15 a depender do campeonato ou copa – ficam do segundo em diante. No Brasileiro, por exemplo, todos os anos 4 caem. Competentes ou não.
O Borússia Dortmund contratou Jürgen Klup para treinador na temporada 2011/2012 e pediu a ele apenas que o time não fosse rebaixado no Alemão. Foi campeão da Bundsliga e vice da Europa.
O Barcelona é formado por incompetentes? Todos que estão lá devem ser demitidos?
Marcelo Oliveira foi contratado pelo Cruzeiro, em 2013, para organizar o time a fim de ser campeão brasileiro no ano seguinte. Foi campeão em 2013.
Por isso, a imprensa perde a credibilidade a cada dia. Jornalista ou radialista não deve ser torcedor. Muito menos demonstrar interesses escusos, que fica claro na mente do torcedor.
Difícil, improvável, mas precisam tentar ser imparciais, isentos e neutros mesmo contrariando sentimentos pessoais ou interesses financeiros para aqueles que são empresários, agentes ou sócios de jogadores.
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